domingo, 28 de março de 2010

Entre os meus cabelos, de leve na minha pele.
Entre minhas pernas, de leve nos meus braços.
Debaixo da minha saia, sobre minha cama.
Vai ou fica?
Fica, simplesmente.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Só mais uma vez, precisou andar aqueles passos, atravessar aquela rua.
Na pressa, correu.
Só mais uma vez, precisou bater naquela porta, sentir aquele gosto.
No abraço, morreu.
E só mais uma vez, por pequena distração, foi feliz alí.

terça-feira, 9 de março de 2010

"Aluga-se-vende"

Pelo gosto inevitável de lembrar. Pelas coisas as quais se apegar.
Pelo óbvio das vontades, pela ânsia sem remédio, por todas as urgências e saudades.
Por tais coisas, abro a porta, deixo entrar.
Já era hora de deixar passar.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Chegou.
Pousou de levinho. Desacreditado, desarmado.
Quase não tinha cor, nem som, nem cheiro. Quase não era bem vindo alí.
Disse que era o verbo mais bonito. Pediu pra ficar: ficou.
(mas só até o próximo sopro.)

É tudo meu.

A mesa posta, a ferida aberta - em carne viva.
O verbo solto, o desassossego, a palavra mal dita.
A sequidão, o desperdício, o palavrão.